quarta-feira, 28 de abril de 2010

Coluna musical: Zakk Wylde

 

Mais ou menos três anos atrás, estava eu saindo da casa de um amigo (que por sinal mora longe), indo pra parada de ônibus. Ele me acompanhou, como bom amigo que é, já que a parada era longe da casa dele. No caminho, ele começou a cantarolar uma música com seu inglês fluente (NOT), mais ou menos assim: “Theres a reasooonnn, La La LaLa La la...”. A distorcida música me soou familiar, então perguntei que canção era. Então ele respondeu que era do GTA San Andreas, da Rádio X. Lembrei, mas não sabia a letra.

Chegando a minha casa, primeira coisa que fiz foi buscar na internet (ótima ferramenta de busca, a internet) pela música. Foi então que encontrei a música “Hellraiser”, do Ozzy Osbourne. Até então, a banda que eu mais ouvia era Tenacious D. Foi então que me apaixonei por essa música. Ao assistir o clip pela milésima vez, percebi um guitarrista, loiro, cabeludo, cuspindo solos maravilhosos na sua Les Paul. Pensei: “Esse cara deve ser bom...”. Agora percebo que disse um dos maiores eufemismos da história.

Jeffery Phillip Wiedlandt, ou Zakk Wylde, ex-guitarrista do “príncipe das trevas”, Ozzy Osbourne, se firmou como um dos maiores músicos de seu gênero na atualidade. Na sua carreira, acumulou diversos prêmios como “Most Valuable Player” e “Riff Lord”. Ele teve seu primeiro contato com um violão aos oito anos, mas apenas por um curto período de tempo, devido a sua falta de interesse. Aos 14 anos ele voltou a tocar, tomando lições com LeRoy Wright, filho de seu treinador de futebol americano. Depois disso, ele estudou violão clássico.

Formou sua primeira banda (Stone Henge) em 1984, tocando músicas do Black Sabbath, Ozzy Osbourne e Rush, principalmente em festas e às vezes em pequenos clubes. Após formar-se na Jackson Memorial High School em 1985, Zakk então com 18 anos, trabalhava no supermercado local e tocava em várias bandas. Foi quando entrou para a banda Zyris, assumindo o lugar do guitarrista Dave Linsk (que foi para o Overkill) e passou a adotar o nome de Zakari Wyland (tirado do personagem Dr. Zakkary Smith, do seriado de TV "Perdidos no Espaço”). Zakk começou a escrever músicas próprias e com a Zyrys tocava, além delas, covers de Black Sabbath e Led Zeppelin. Nessa época ele começou a dar aulas de guitarra em Jackson, NJ.

Em 1987, ouvindo no programa de radio Howard Stern Show que Ozzy Osbourne estaria fazendo audições com guitarristas desconhecidos para encontrar um substituto para Jake E. Lee, ele nem pensou na possibilidade, imaginando tratar-se apenas de um sonho, mas em um show da banda Zyris, Zakk foi descoberto pelos fotógrafos de rock Mark Weiss e Dave Feld. Impressionado com sua performance, Dave o abordou e mencionou que Ozzy estava à procura de um novo guitarrista e que eles enviariam um pacote da imprensa a ele. Zakk gravou então uma demo com cinco faixas que foi mandada para o Madman.

A fita continha uma "intro", já mostrando o estilo de som de Zakk, duas faixas de violão erudito, um arranjo de solos e licks no estilo da época e algumas músicas da carreira solo de Ozzy (na verdade só os solos de Randy Rhoads). No dia seguinte recebeu um telefonema de Sharon Osbourne, perguntando se queria entrar para a banda, porém Zakk ainda tinha um contrato com a Zyris e seu agente queria "vendê-lo” por 60 mil dólares, quase pondo tudo a perder. No final, seu “passe” foi liberado por 5 mil dólares.

Em maio de 1987 com 20 anos de idade, Zakk Wylde entra para a banda de Ozzy e muda oficialmente seu nome para Zachary Phillip Wylde.Zakk fez sua estréia em estúdio em 1988 com o álbum "No Rest For The Wicked" e seu primeiro show com Ozzy foi em uma prisão. Sinopse de outros álbuns dele abaixo:

"No Rest For The Wicked". Zakk se revela um dos mais notáveis jovens guitarristas do metal. Seu estilo agressivo e sua "pegada" o tornaram facilmente reconhecível. Em 1989 participou, junto com Ozzy, no álbum "Make a Diference Foundation", com a música "Purple Haze". Depois do que ele "fez" com a canção de Jimi Hendrix, seu lugar nas listas de melhores guitarristas ficou garantido.

Em 1990 foi lançado o álbum "Just Say Ozzy", contendo músicas do CD "No Rest For The Wicked" e grandes sucessos do Black Sabbath. Nele encontra-se a universalmente reconhecida melhor versão de "Shot in the Dark".

"Pride &; Glory". A banda, uma potente mistura de country, rock "sulista", blues e heavy-metal, conseguiu um certo sucesso fazendo turnês com Lynyrd Skynyrd, Aerosmith, Ted Nugent e Whitesnake. James Lomenzo deixou a formação em novembro de 1994. Faltavam apenas 3 dias para a turnê americana e Zakk convidou seu velho amigo John DeServio (J.D.). O Pride & Glory fez seu último show em 10 de dezembro de 1994, em Los Angeles. Slash,do Guns N Roses, tocou com a banda nas músicas "Voodoo Child" e "Red House".

       Em 1995 Ozzy Osbourne recontrata a formação da turne "No More Tears" (Zakk Wylde, Randy Castillo e Mike Inez), para a gravação de seu novo álbum. "Ozzmosis" lançado nesse mesmo ano, com o poderoso single "Perry Mason".

Zakk Wylde se tornou meu ídolo da música faz tempo, e a cada trabalho novo que eu tenho a oportunidade de apreciar, minha adoração aumenta mais. Meus álbuns preferidos dele são o “Pride & Glory” e o “Book of Shadows”. Além disso, diversos trabalhos avulsos, como covers dos Beatles e Led Zeppelin valem a pena de ser conferidos.

Aqui vão alguns exemplos de sua grandiosidade, espero que aprecie:

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Não é obra do destino

“O bater das asas de uma borboleta pode gerar um leve sopro, que, tomado forças, forma um furacão do outro lado do mundo”, Teoria do Caos.

No princípio da ciência moderna começou a se falar de reducionismo, que era a análise e estudo de um grande evento a partir de pequenos elementos que contribuíram de alguma forma para que o mesmo evento acontecesse. Esse tipo de análise distorce a realidade, e nos faz perder em um emaranhado de teias, complexas e infindáveis, deixando sempre espaço para algo novo, para algo que não levamos em consideração.

A Teoria do Caos, através da metáfora do efeito borboleta, mostra como é praticamente impossível definir a verdadeira origem de qualquer coisa, e como tudo levou a acontecer. Uma pessoa nasce a partir do momento em que seus pais resolvem sair determinado dia, se conhecem, decidem namorar, decidem casar, decidem ter filhos (ou não), decidem não abortar, decidem ficar com a criança? Ou a partir do momento em que seus avôs resolvem sair, se conhecem...?

Muitas pessoas, através de uma visão romântica do mundo, acreditam que tudo é obra do destino. Mas assim como determinado evento aconteceu, outro evento poderia ter acontecido. E se um detalhe no decorrer da trama mudasse, e todo resultado fosse diferente? Seria assim mesmo obra do destino?

Destino não existe, o que existe são ações que geram reações. O ser humano sempre foi egocêntrico a ponto de por importância demais onde não tem. É como religião: o homem se acha demais perfeito para ser obra da evolução, então um ser todo poderoso, onipresente e onisciente o criou, só assim para nós, seres humanos, existirmos (contemple como somos perfeitos... idiotas).

Não, você conhecer sua (futura) namorada não foi obra de um destino que te ama. Não, você conseguir uma oferta de emprego por acaso dentro de um singelo restaurante não foi obra do destino. São oportunidades, eventuais acontecimentos da vida que, sem eles, nada faria sentido. Se dissermos que tudo de diferente que acontece é obra do destino, então a vida por si só não é nada, apenas um conjunto de paradigmas que formam uma rotina monótona e sem razão.

Seguindo a mesma linha de raciocínio romântica da perfeição do destino, temos todas as dicotomias (algumas bastante reforçadas pela religião) que atrapalham a construção de uma visão sensata, uma visão realista. Mente e corpo, espírito e matéria são alguns exemplos de elementos filosoficamente opostos, que se integrados, deixariam tudo mais simples, tirando a importância superestimada dada à essência humana.

Não estou dizendo que somos inúteis, nem que devemos nos rebaixar. O ser humano é um ser proporcionalmente evoluído se levarmos em conta todos os seres vivos do planeta. Mas é preciso maneirar na magia que ronda a cabeça das pessoas, e colocar um pouco de realidade nessa visão romântica que muitos têm. Afinal, a realidade é só uma, cabe a cada um interpretá-la da maneira que quiser, mas se a alterarmos demais, ela acaba por nos alterar também.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Desperdiçar o presente é o grande pecado!


Os pais são, muitas vezes, contraditórios. Sabe quando eles querem fazer você crescer mentalmente quando bem entendem? Você está sentado, tem nove anos, e está vendo Pokémon. Seu pai passa pela sala e te olha com um olhar de reprovação, colocando as mãos na cintura e acenando negativamente com a cabeça. A partir desse momento você já se sente um merda desocupado. Então ele manda você desligar a TV porque está desperdiçando seu futuro com aquilo. Agora me diga: como alguém pode de alguma forma, desperdiçar o futuro?

Teoricamente, você só pode desperdiçar algo que você possui, e, pelo menos eu nunca vi, é complicado encontrar alguém com posse do futuro. Cada etapa da vida tem suas peculiaridades e experiências únicas, que devem ser vividas, independente de a vivermos de maneira correta ou não. Se não aprendemos acertando, aprendemos com nossos erros. Não é porque uma criança de nove anos adia seu dever de casa pra ver TV que o futuro dela foi por água abaixo.

Essa constante necessidade dos pais de “adultizar” a criança acaba sendo prejudicial. A mãe coloca a filha desde pequena para participar de concursos de miss mirim, belezinha, garota topzinha. À medida que ela cresce, acaba sendo mais precoce que suas amiguinhas de colégio em certos pontos, e depois os pais reclamam, dizendo não saber onde erraram. Eu sei. Erraram na hora que colocaram uma minissaia e um top brilhoso na sua filha de sete anos.

Recentemente, descobri uma nova moda no mundo jovem, o “Colírio da Capricho”. Basicamente, são jovens sem nada pra fazer, que utilizam da única coisa na vida que tem alguma importância: a beleza (que por sinal vem de nascença). Vários rapazes enviam fotos e mais fotos, fazendo caras e bocas para o site, onde as meninas que acessam (acredite, têm MUITAS) votam nos mais bonitos. Pra quê? Para o rapaz ter a possibilidade de provar, através de uma estatística de votação do site, que é bonito. Alguém que precisa tanto de aprovação por parte das pessoas assim não merece meu respeito. Desculpe.

Alem da “adultização” física, existe a mental. Pais tão preocupados com o futuro dos filhos, que se esquecem do bem-estar e felicidade deles. Grandes exemplos são os “CDF´s” de colégio, todos intimidados pelos pais, que além de estudar pela manhã na escola, estudam matéria nova a tarde em casa, e revisam o estudo do dia pela noite. Onde o “jogar bola” se encaixa aqui? Onde o “encontro com garotas” se encaixa aqui? Viver o que a vida oferece pode não fazer seu futuro promissor, mas com certeza te dá formação empírica, onde coisas importantes também nos são ensinadas.

Vestibular virou um bicho de sete cabeças. Crianças e jovens que crescem com esse tipo de pressão constante, tendem a não serem pessoas muito felizes. De que adianta estudar para conseguir um excelente trabalho, ganhando muito mais do que a média, se você não tem idéia de como aproveitar sua recompensa? Esse prejuízo psicológico não se instala e morre nessa pessoa, ele se espalha por toda uma geração.

Filhos de pais ricos sem noção de até onde a diversão pode ser saudável tendem a ultrapassar os limites. Se os pais não ensinam o certo, quem vai ensinar? Vamos levar em conta uma pessoa de 35 anos, que curtiu a juventude ao máximo, aprendeu com seus erros e agora leva uma vida de responsabilidade, com trabalho e família. Esse indivíduo pode não ter o melhor emprego do mundo, o carro do ano ou aquela casa no centro, mas com certeza tem vivência o suficiente para passar aos seus filhos o conhecimento e segurança que eles precisam para crescer.

Não estou dizendo que concursos de beleza e estudo demais prejudicam alguém, não. Estou dizendo que é preciso balancear responsabilidades e diversão, absorvendo o que ambos têm a oferecer a você. Cada fase da vida tem sua leva de ensinamentos, no nível e na capacidade certa, só esperando você aprender, pra depois ensinar.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Quem vê cara, não vê coração

Você entra em um restaurante chique e senta em uma mesa perto da porta. Você está com sua família ou alguns amigos, conversando, se distraindo. Eis que acontece: a porta do restaurante se abre, e um casal entra. Uma mulher fantástica, com um corpo escultural, um rosto belíssimo, esbanjando sensualidade. Caminha como se fosse em câmera lenta, atraindo os olhares de todos ao redor, se fazendo rainha ao meio de tantos plebeus. Por um déficit de atenção, o olhar desvia e bate no companheiro da musa encantadora: um homem de aparência discutível, barrigudinho, cara marcada e cabelo cri-cri. O que todos pensam? “Ele deve ter grana!” E se não tiver?

A maioria das pessoas acha inconcebível a idéia de uma mulher linda estar com um homem feio. Esse é um pensamento muito fútil. Não vou dar uma de hipócrita e dizer que só fico com mulher feia, porque não é verdade. Assim como meu xará já dizia: “As feias que nos perdoem, mas beleza é fundamental”, eu penso da mesma maneira. O problema é: beleza é como um cartão de visitas para novas amizades. Dificilmente um homem chega para se apresentar a uma mulher feia.

O que faz um relacionamento são a cumplicidade e a confiança por parte dos dois. Mas o que inicia um relacionamento é o atrativo estético. Ninguém observa uma pessoa que não conhece nem nunca viu na vida, e pensa: “Ah, vou ficar com ele porque parece ser uma excelente pessoa”. Isso acontece com o tempo, depois que já se conhecem. Mas onde a beleza entra nisso?

Funciona mais ou menos assim: Você vê a pessoa, e ela é bonita; Você chega à pessoa porque ela te atraiu; Você começa a conversar com ela. Então, de duas uma: ou ela é uma boa pessoa, ou não. Ai vai de o indivíduo ficar pela beleza, ou pela personalidade. E é assim que funciona. A história da mulher linda com o cara feio: ou ele tem grana (tem muita mulher fútil por aí) ou ele é uma ótima pessoa. Ponto.

Muitas vezes, tanto homem quanto mulher perde a oportunidade de conhecer alguém maravilhoso. Você com certeza têm um amigo feiosinho que é apaixonado (em segredo) por uma mulher maravilhosa, e ela não vai dar bola pra ele. Então, você fala: “Ah cara, ela não sabe o que ta perdendo, você seria ótimo pra ela”. Se ao menos as pessoas se permitissem ver além da beleza na hora de conhecer alguém, muitas amizades e romances maravilhosos poderiam surgir.

É comum encontrar mulheres perfeitamente maravilhosas que são um saco de conversar. Podemos levar em conta as candidatas a concursos de Miss. A maioria, se você perceber, não fala nada mais sofisticado que desejar a paz mundial, o amor e humanidade a todos. Ela sabe o que isso significa? Ela sabe a amplitude do conteúdo que ela discursa? Equilibrar beleza e inteligência não vem do que decoramos, e sim do que aprendemos.

Não adianta ter um Land Rover, um American Express Platinum e uma carteira com mais peixe que o ver-o-peso. A sensação de ter uma companhia apenas interessada no que você tem deve ser horrível, e não há nada que substitua o prazer de conquistar alguém. Pare de criar cantadas e xavecos clichês, pare de querer mostrar a chave do seu carro ou a marca da vodka que você comprou. Só existe uma cantada que funciona, o resto é besteira. Apenas uma que abre todas as oportunidades. Quer saber qual é? Chegue à mulher e diga: “Oi, meu nome é Vinícius, e o seu?”.

DINHEIRO E PERSONALIDADE OCUPAM O MESMO LUGAR NO CORAÇÃO DAS PESSOAS.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Somos controlados por lagartos rastejantes!

A gripe suína causou mortes e tumulto no mundo inteiro. Pessoas preocupadas, chorando, pensando o que seria da vida agora. Então surgiu, para acalmar a população revoltada, a vacina do H1N1. Todo mundo correu para tomar sua dose, onde a dor da picada da agulha se transformava no alívio da segurança saudável.

Minha amiga me perguntou: “Vini, você já tomou a vacina da gripe suína?”. Prontamente disse que não, pois a vacina só pode ser utilizada por pessoas entre 20 e 29 anos. Tenho 19. Foi então que ela suspirou, e começou a falas sobre como essa “vacina” sofreu modificações por governos que aderiram a uma nova ordem mundial, que busca dizimar 30% da população através do conteúdo da injeção. Como é que é?

Estou cansado dessas teorias conspirativas sem fundamento. Pessoas que publicam esse tipo de besteira são as mesmas que abrem e-mail SPAM achando que realmente fizeram montagens com suas fotos em algum site. Por que essa revolta? Chega a ser até uma rebeldia sem causa, com histórias que desaceleram a evolução: o homem nunca foi à lua; lagartos rastejantes dominam a terra; os EUA está por trás do 11/09. A vida dessas pessoas deve ser muito monótona, e essas teorias são a única emoção que elas têm. Agora, uma nova ordem mundial quer dizimar 30% da população? E qual a solução, não tomar a vacina e ficar exposto à doença?

Quem acompanha meu blog, sabe que não suporto imposição sem argumentação ou explicação. Se você quer me convencer que as batatas fritas da Mc Donalds causam tumor cerebral, lhe ouvirei, mas tenha conteúdo. Minha amiga quando disse isso, apenas me fez rir. Foi quando ela disse: “Você viver a vida do jeito que quiser, mas vai ver as conseqüências no futuro”. Fiquei emocionado quando ela disse isso, pois não sabia que tinha uma amiga vidente.

Gente, eu não estou tapando minha visão para novas idéias, novas teorias e novas conspirações, apenas estou dizendo que não se pode acreditar em NADA cegamente. Prejudica você e pode acabar prejudicando quem você convive. É a mesma coisa quando se trata de religião: ninguém pode impor crença nenhuma! Se você crê naquilo sem fundamento, então creia, agora não me arraste para escuridão da ignorância com você.

Você pode acreditar neste texto... Ou não... Talvez eu seja da NASA e esteja querendo corromper vocês! Ou não... Por que alguém aí não cria uma teoria da conspiração sobre o meu blog?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Estou esperando a nave-mãe

Quem aqui nunca assistiu Altas Horas? Nunca assisti ao programa inteiro, mas já vi de quando em vez... Um programa de platéia, com convidados especiais, entrevistas, bandas, interações. Tudo isso caracteriza um programa de platéia. Mas será que aquilo tudo que acontece, é ao acaso? A cumplicidade entre as pessoas no programa é tão grande que tudo flui naturalmente como percebemos? Não, não é assim.

Um dia desses participei de um programa de platéia, e pude perceber tudo que acontece quando você, telespectador, não acompanha durante os intervalos. O que primeiro me chamou a atenção, é a vontade que as pessoas na platéia têm de aparecer na televisão. Vários indivíduos, que não recebem nada por estar ali, dançando, pulando, aplaudindo (às vezes coisas que nem gostaram), tudo para ficar bonitinho na hora de passar na TV. É muito comum também quem está na platéia fazer perguntas aos convidados. Pois é, a verdade é que ninguém ali tem dúvida nenhuma, pois a produção escreve perguntas, e pede pra alguém da platéia ler. De perto, ao vivo, parece muito mais artificial do que você imagina...

Outra coisa interessante é a entrevista. O apresentador bate um papo antes de entrevistar o convidado, traçando o rumo da conversa, as perguntas e as respostas, afinal, ninguém quer ouvir nada fora do normal em um programa de TV, certo? Mesma coisa com a banda, e os mágicos, e os blocos de humor, e a interação platéia-convidados. Essa alteração da realidade me fez perceber em como somos ludibriados todos os dias, e como a televisão se tornou um teatro digital.

Procuramos através dos botões do controle remoto uma forma de fugirmos da nossa realidade, mas a modificação do que é real ou não nos programas de TV é tão grande, que acaba sendo prejudicial, nos fazendo acreditar no que não é verdade. São jornais e reality shows confundindo nossas cabeças, alterando nossa percepção. Muitas vezes, as pessoas mais ingênuas são as mais felizes.

Quem procura realidade na TV, não vai encontrar. O leque de opções para crença é tão grande, que você acaba tendo que criar o seu próprio mundo. As opiniões nunca foram tão fortes e tão divergentes sobre o mesmo assunto. Aquilo que acreditamos está diretamente ligado com o nosso bem-estar. Se você acha que vamos morrer em 2012 e se sente bem com isso, ótimo. Se você acha que Deus preza por vocês e por todas as pessoas que você gosta, maravilha. Se você acha que alienígenas com duas cabeças sem escrúpulos estão nos vigiando e prontos para atacar, procure um psiquiatra.

Não deixe os outros lhe dizerem no que acreditar. Pense, reflita e crie uma linha de raciocínio. A única coisa que não podem lhe tirar e a sua sanidade, pois é dela que todas as outras coisas se originam!