O grande problema da FIFA

Jabulaaaaanni! O grito de guerra dos jogadores profissionais e de jogadores de fim de semana de futebol! A bola que está dando o que falar durante os jogos da Copa do Mundo está cada vez mais causando problemas para finalizações e defesas nas partidas. Mas existe outro problema, que eu considero ainda maior, para a FIFA esquentar a cabecinha. Você sabe qual é esse problema, querido leitor?

Com certeza, ao assistir futebol, e o juiz marcar alguma coisa que determinado time acha injusto, você já viu todos os jogadores correrem pra gritar com ele, e tentar explicar o que “realmente” aconteceu. Aí sempre chega um guerreiro que está assistindo o jogo, e no auge de seu conhecimento futebolístico, solta: “Nunca vi juiz voltar atrás”. Lógico. Se juiz não voltando atrás, os jogadores já caem matando, imagina se um dia, algum deles volta atrás? A moral dos jogadores vai triplicar, assim como a chatisse.

A raiva de lances marcados erroneamente não se estende apenas aos jogadores e técnicos. Muitos torcedores também se revoltam com esses lances, principalmente em partidas importantes, como copas do mundo. Afinal, em jogos mundiais de mata-mata, a última coisa que você quer é perder por erro de arbitragem.

Copa de 2010 ainda está rolando enquanto escrevo este texto, e aconteceram diversos erros durante esse mundial. Mas dois em especial, nós lembraremos sempre: Alemanha contra Inglaterra, o ataque inglês funcionou e foi CLARAMENTE gol, porém anulado; Argentina contra México, Carlos Tevez estava CLARAMENTE impedido quando marcou o gol com o passe de Messi.

Claro que isso não é exclusividade do futebol, esportes com tênis também tinha muitos problemas com erros de arbitragem. Hoje em dia, no tênis, cada jogador tem duas negações: se o juiz marcar alguma coisa que ele acha que está errado, ele pode pedir pra repetir o lance no telão, através do sistema Hawk-Eye (traduzido como “olho de águia”, eu acho...).

Agora por que essa tecnologia não pode ser aplicada ao futebol, a fim de terminar com as intermináveis discussões jogador-árbitro? Slepp Blatter, presidente da FIFA, conceitua futebol como um jogo dinâmico, que não pode ser parado a cada dois minutos para rever um lance, isso poderia tirar oportunidades dos times de marcar gols.

Além do mais, Blatter diz que o sistema tecnológico, para ser bem feito, precisaria que o estádio inteiro fosse revestido por sistema de fios e cabos, além do fator dinheiro, dizendo que sairia muito caro. O presidente da FIFA também afirma que, como o sistema Hawk-Eye necessita de diversas câmeras em lugares estratégicos para reproduzir a cena em tecnologia tridimensional, qualquer objeto que bloqueie a visão das câmeras limitaria a precisão das decisões por vídeo.

Paul Hawkins, criador do sistema Hawk-Eye, retrucou Blatter, dizendo que através dos investimentos dos patrocinadores, pode-se até ganhar dinheiro com o sistema, no caso do tênis. Além do mais, foram feitos testes independentes, e o Hawk-Eye funcionou 100% dos testes na área do gol cheia de jogadores.

A sugestão de Hawkins é a mesma situação do tênis: duas chances para desafiar a decisão do juiz através das câmeras. Se correto, continua com duas chances. Se errado, perde uma. Simples assim. Já a FIFA diz que, dessa forma, se perde a essência humana do jogo. Minha sugestão? Pega o seu juiz de merda, e enfia no...

Bom, aqui vai pra vocês uma lista de esportes que utilizam o Hawk-Eye, e como ele é utilizado:

Tênis: O sistema foi introduzido com sucesso ao tênis profissional em 2006, em quadras de grandes torneios como Wimbledon, equipado com grandes telas para reproduzir replays instantâneos durante as partidas. O Hawk-Eye permite a visualização das jogadas em precisão milimétrica. Cada jogador tem uma quantidade limitada de desafios ao juiz.

Cricket: O sistema é utilizado também da forma como o jogador pode apelar à telona em caso de decisão duvidosa. As câmeras são colocadas em locais estratégicos, seguindo toda a trajetória da bola, desde o jogador, até o final.

Hockey no gelo: Tecnologia em vídeo tem sido usada neste esporte desde 1990 para confirmar se o disco realmente ultrapassou a linha de gol. Um árbitro “do video” tem a autoridade para confirmar na telona se a decisão do juiz foi ou não aplicada de forma correta.