Amigos, amigos, blogs a parte

Criei esse blog em Fevereiro de 2010, e, de uns tempos pra cá, percebi uma situação que acontece com vários blogueiros que conheci ao longo desse trabalho todo. Em 7 meses de existência, o Livro Mecanico adquiriu diversos leitores pelo Brasil (e, segundo o Google Analytics, alguns gatos pingados pelo mundo afora), e uma coisa engraçada, porém irônica, também se pode perceber...

De cada dez amigos que tenho, no máximo três leem meus textos. Dos três que leem, dois são imparciais em relação ao autor, que sou eu (não, sério?). O que quero dizer é: pelo fato de ser eu quem escreve, as pessoas que me conhecem há algum tempo não levam a sério, e ficam tirando graça.

Um grande exemplo pra você: recentemente, comecei a criar posts pro Testosterona Blog. Certo dia, mostrei a dois amigos um determinado post que fiz para o blog, mas não disse que era de minha autoria. Ambos acharam graça, riram, e tal. Em seguida, mostrei outro post que fiz, de nível humorístico similar, mas dessa vez eu disse que fui o criador. A reação foi totalmente diferente, uma coisa assim: “ah sim, legal... Baixa aí pra gente ver o resto...”. Entenderam?

Eu não vejo sentido nesse tipo de comportamento. Não fico de preconceito em determinada atividade só porque é um amigo que exerce, muito pelo contrário, tenho orgulho por eles. Tenho um amigo que foi técnico de informática da maior empresa de eletrônicos da minha cidade. Ele era o número 1 do ranking em consertos e satisfação do cliente. Ao mesmo tempo em que digo isso a todo mundo que conhecemos, ele, em contrapartida, quando menciono alguma coisa do blog, diz: “É, ele tem um blog escroto”. Detalhe: nunca leu.

Todo dia modero comentários a serem aceitos nos meus textos, e recebo vários elogios, várias pessoas criticando positiva e negativamente, porém com fundamento. A situação muda ao chegar a determinado círculo de amigos, onde alguém faz um comentário estilo: “tu ainda tem aquela porra é?”, “E ai, só tua mãe que lê, né?” e “Para de ficar mandando pras pessoas, ninguém vai ler aquela merda”.

Não é uma questão de querer que todo mundo faça propaganda, nem seja obrigado a gostar. Encontrar defeitos, porém, só porque o autor das postagens é um conhecido seu... Ridículo isso. Parece que as pessoas tem uma necessidade de rebaixar as conquistas de outras apenas pra não parecerem tão ínfimas.

Tenho um amigo que já foi campeão paraense de Agressive In Line (não sabe o que é, joga no Google), e faço questão de contar pra todo mundo quando o assunto vem à tona. Tenho vários amigos e um primo que fazem parte do maior grupo de Stand Up do norte, e faço questão de elogiá-los e indicá-los a todos! Fico feliz por eles, de verdade.

O fato das pessoas estarem ligadas a determinado indivíduo, as faz perceber os defeitos que ele tem, diminuindo assim a credibilidade e mérito por qualquer conquista que ele venha a adquirir. Prova disso são as incontáveis histórias que ouço de pessoas que conheceram tal ator, músico, ou qualquer outro artista, e depois se decepcionarem, pois não era aquele ser idealizado que tinham em mente.

Quanto menor seu contato com o exterior, maior suas chances de sucesso. O anonimato cria um ar de mistério, de perfeição, de infalibilidade, características que o contato pessoal torna impossível de sustentar. Em mérito disso, desisti de enviar textos e postagens para meus amigos e pessoas que conheço. Quem quiser ver, vá atrás. Conheci pessoas maravilhosas pela internet, que admiram meu trabalho muito mais que grandes amigos. Uma verdade... Triste, porém verdade...