Sexo, drogas e faculdade

A vida acadêmica de uma pessoa que almeja completar todos os passos para um currículo básico de ensino superior passa por diversos momentos satisfatórios e conturbados durante esse processo. A faculdade, porém, talvez seja o passo mais desafiador para a personalidade de um estudante.

A primeira coisa a se notar, ao entrar numa faculdade, é a diversidade social e cultural entre as pessoas. Ao mesmo tempo em que você vê um cara vindo, vestindo uma camisa da Lacoste, balançando um chaveiro de New Civic, você vê outro cara indo, com uma camisa do Bob Marley, bermudão e sandálias, indo pra parada de ônibus.

À medida que você vai andando pelos corredores, é possível perceber os grupos formados, alguns por turmas, outros por cursos, outros por amizades em comum, cada um com suas normas sociais e regras implícitas, justificando porque cada pessoa está em cada grupinho. E você vai encontrar o seu!

Nos primeiros meses de curso, as pessoas começam a mostrar mais delas, cada uma com um objetivo social diferente ali. Uns querem parecer legais e populares, tentando puxar conversa e ser amigo de todo mundo. Outros já querem parecer superiores, esses, geralmente, são os mais inseguros. Alguns já tentam não chamar atenção, fazem poucas amizades e se dão bem nas matérias. Mas, tem uns em particular, que eu adoro observar: os que “tentam”.

Os que “tentam” são pessoas fantásticas, fascinantes de verdade. Esses são muito mais encontrados em faculdade particulares, pois, teoricamente, é onde tem mais gente financeiramente superior. Essa classe de pessoas faz de tudo pra se enturmar com os riquinhos, comprando celulares caros, roupas/acessórios de marca, entre outros. O interessante deles é: não tem dinheiro pra nada.

Esse tipo de comportamento é muito comum, não só na faculdade, mas em todo Brasil. As pessoas querem parecer mais ricas para as outras, simplesmente por relacionar dinheiro com respeito. Você está na faculdade, encontra aquela moça com roupas de marca, bolsa cara e um I-phone na mão. Vai à casa dela, e percebe que o que ela veste da pra pagar as contas de luz e telefone de dois meses, que por sinal, estão atrasadas.

Percebam, não tenho preconceito com pessoas de baixa renda, afinal, não sou rico. Minha crítica são as pessoas que acham tão importante parecerem ricas, que muitas vezes se afundam em dívidas pra comprar produtos caros. E o que elas percebem é que, fazendo isso, acabam ficando ainda mais pobres. Isso mesmo: você não tem quase dinheiro => Compra produtos fora do seu alcance => Fica com menos dinheiro ainda.

A faculdade também pode se tornar um perigo pra pessoas sem personalidade forte. Muitas vezes, aquele que foi excluído no colégio pensa na faculdade como uma nova oportunidade, e acaba por tomar um rumo tortuoso: a busca por aceitação. Essa busca se torna tão importante, que a pessoa faz de tudo pra parecer legal, parecer “da turma”. Isso o leva a aderir a diversas coisas, e duas dessas são: álcool e drogas.

Pessoas facilmente influenciáveis são comuns nessas instituições de ensino, e são essas pessoas que se tornam alvos daquelas que não querem nada com o curso. Todo mundo já ouviu uma história de um rapaz que, segundo os pais, “era tão bonzinho” e eles nunca imaginariam que isso poderia acontecer com o menino. Acontece mais do que as pessoas pensam.

Faculdade não é um problema só dos pais. Namorados e namoradas se tornam mais neuróticos quando seus parceiros começam essa etapa da vida acadêmica. Isso, em parte, é culpa dos filmes americanos, onde as faculdades são verdadeiros antros da pornografia. É claro que as coisas não são assim, mas não quer dizer que esse fator seja inexistente. Tenho certeza que a época de novatos entrando na faculdade tem alta taxa de termino de namoro.

Nesses, geralmente, quatro anos de curso, muitas mulheres ganham uma barriguinha: barriguinha de grávida. Procurei por estudos que me fornecessem números e dados, mas não encontrei. Bom, pelo meu conhecimento empírico, pelo menos, é possível notar isso. Uma significativa parcela das mulheres que entram na faculdade acaba engravidando, e a maioria delas larga o curso. Ou seja, a faculdade, pra elas, é uma instituição paga pra encontrar um parceiro. Só.

Bom, mesmo com todos esses contras que a faculdade oferece, também é um ótimo lugar para fazer amizades. Na época de colégio você também faz grandes amizades, mas não são tão fortes como na faculdade. No colégio, ninguém tem idade pra sair sem dar satisfações aos pais, ninguém tem carro, ninguém tem dinheiro. Na faculdade, já é diferente. O laço de amizade é mais forte pela possibilidade de ter uma relação fora da sala de aula.

Fiz várias ótimas amizades no colégio, mas cada um foi pra um canto depois do vestibular. Hoje em dia, raramente falo com essas pessoas. Meus amigos da faculdade, porém, com certeza terei mais contato depois que terminar o curso. E a importância disso é maior que de qualquer elemento negativo citado acima. Minha dica: seja você mesmo, não force nem invente nada. Amizades verdadeiras virão, e valerá a pena.