É normal uma pessoa sair de casa sem roupa? É normal uma pessoa usar dois sapatos diferentes, um em cada pé? É normal uma pessoa gostar de assistir televisão no banheiro? É normal uma pessoa gostar de Restart? Você provavelmente deve estar respondendo mentalmente “não, não, não, definitivamente não...”... A pergunta certa, porém, seria: o que é normal?
A normalidade é uma invenção humana utilizada para exclusão social e intelectual. Alguns dizem que é para manter harmonia, outros dizem que é para manter a ordem. De uma forma ou de outra, acontece uma repressão de sentimentos e pensamentos, levando indivíduos à alienação e isolamento.
Quando se fala da normalidade como criação humana, muitas pessoas não percebem esse pensamento pelo fato de estarem rodeadas de elementos impostos desde seu nascimento. Desde cedo, se é ensinado à maioria das pessoas que o normal é: o homem trazer dinheiro pra dentro de casa; cuidar do lar é tarefa da mãe; o almoço é no começo da tarde e o jantar no meio da noite.
A grande característica da normalidade é que ela vem atrelada a um sentimento de comodidade. Poucas são as pessoas que questionam costumes e rotinas, pois todas as outras preferem aceitar o que lhes é ensinado por falta de interesse de buscar justificativas e alternativas. Quem vai se dar ao trabalho de questionar o motivo de aprender física aos 15 anos quando se pode muito bem memorizar algumas fórmulas e se livrar daquilo em um ano?
Que a normalidade é criação humana já foi dito, mas qual foi a origem específica disso? A resposta a essa pergunta requer estudos reducionistas avançados, que estão fora do meu alcance de conhecimento histórico. Mas posso dizer que normalidade é uma questão de costumes: uma aldeia, que pensa de uma forma, age de uma forma, acaba ensinando esses costumes aos descendentes, e aquilo que eles aprendem se torna o que chamamos de normal.
Canibalismo, por exemplo: as tribos que o praticam só o fazem por uma questão de costume e tradição. Você não pode dizer que aquilo não é normal, pois, para eles, é. É aquela velha história: várias nações ao redor do mundo com seus hábitos e crenças. Certos atos em um país que lhe fazem parecer educado, podem causar a sua morte nos costumes de outro país. Quem pode dizer o que é REALMENTE normal?
Além disso, nenhum costume ou crença de nenhum país pode ser considerado o mais certo. Somos todos seres humanos, e como tais, somos imperfeitos. Perfeição é aquilo que não tem a possibilidade de erro, de desentendimento ou falhas. Dada a heterogeneidade de costumes e crenças do planeta, nenhum ser é perfeito de forma homogênica, pois costumes anulam diferentes costumes, dando assim, a qualidade do erro para aquele que tentar.
Outro grande exemplo para normalidade é a sexualidade, como já citei aqui. Por que pessoas do mesmo sexo não podem manter relações afetivas de cunho amoroso ou sexual? Muita gente, ao se deparar com uma discussão sobre homossexualismo, apenas diz: “simplesmente não é normal”. Não vou entrar em discussão com esse assunto, pois já o fiz aqui (confira, tem muita conexão com esse texto).
Julgamento nenhum é completamente certo, costume nenhum é perfeitamente harmonioso, crença nenhuma é totalmente agradável. Cada lugar do mundo segue sua linha de raciocínio, agindo da forma como se acha que deve agir. O grande problema é a não aceitação do outro. Não se iluda ao pensar que você é normal. Na verdade, levando em consideração o planeta inteiro, uma quantidade maior de pessoas acha você anormal. Pense nisso.
Anormal pra mim é não respeitar o outro, querer impor sua verdade..."não julgues, pois serás julgado". Emprestando agora o pensamento de uma amiga: às vezes queria sair de burca!!!rsrsrs
ResponderExcluirBjus Vini
Deveras interessante, concordo com o texto, abs!
ResponderExcluirAtitude em palavras:
ResponderExcluirCom certeza, pode publicar com creditos sim
"...de perto ngm é normal..."
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