A realidade sexual feminina

A absurda dualidade do famoso conceito machista onde as mulheres são hipocritamente chamadas de “putas ou santas”. Dispenso mais introdução...

Aos meus leitores mais antigos, eu sei que já falei bastante sobre esse assunto em diversos contextos, mas não tem como deixar de falar. Recentemente, presenciei e testemunhei alguns acontecimentos que me fizeram refletir bastante sobre esse tipo de pensamento e rotulação que algumas pessoas insistem em expor ao mundo.

Você aí, homem ou mulher, darei 5 segundos para lembrar-se de uma amiga que você considera puta. VALENDO! 1... 2... 3... 4... 5! Acabou! E ai? Pensou em, no mínimo, duas, não? Mas por que você pensou nessa pessoa? O que faz você achar que ela possa ser considerada puta? E quais as características, tanto nas atitudes, quanto físicas, que possam ser atribuídas corretamente ao rótulo de PUTA?

Pelo conceito popular, uma mulher pode ser chamada de puta quando:

- Pega vários homens em um, relativamente, curto período de tempo.

- Insinua-se para homens comprometidos.

- Fica com outros homens, mesmo quando está namorando.

- Se veste de forma “vulgar”, principalmente quando vai para festas.

- Tem habilidade sexual incomum.

Agora vamos conceituar o homem “garanhão”? É só ler as características acima, trocando as palavras “homem” por “mulher”. Meio injusto, não?

Uma das principais desculpas para as mulheres não poderem agir sexualmente da maneira que querem é a preservação. Dizem: “Ah, porque a mulher precisa se preservar”, “Porque ela vai profanar o corpo”, “Porque ela não está se dando valor”. Preservar? Por um acaso ela vai se autodestruir se quiser se satisfazer? E onde entra o “se dar valor” aí? O lógico seria que ela se da valor JUSTAMENTE pelo fato de aproveitar oportunidades pra fazer o que quer, não?

Homens que censuram mulheres que agem da maneira descrita acima são extremamente machistas e hipócritas, pois fazem a mesma coisa, às vezes até menos. Alguns reclamam que elas não podem agir assim, porque, no fundo, queriam ter o poder que elas têm sobre o sexo oposto.

As mulheres que censuram outras mulheres que agem da maneira descrita acima são, em sua maioria, hipócritas da mesma forma, pois queriam ter a liberdade e a coragem de agir igual, mas tem medo de como os outros vão pensar ou falar dela. O resto censura por causa da sua criação mesmo, pela ideia de respeito e moral que elas têm, onde a mulher precisa ser frígida e ignorar suas vontades e instintos.

As pessoas não percebem que só tem a perder defendendo esse tipo de ideia? Se você raciocinar bem, caso não existisse esse tipo de rotulação e pensamento, aconteceria o seguinte:

- Aos homens: As mulheres se tornariam mais disponíveis, em maior quantidade e mais dispostas a dar uma chance a quem nunca tem.

- As mulheres: Seria possível fazer o que quisesse sem que os outros pensassem ou falassem mal, dando maior liberdade de escolha a todos.

A humanidade já evoluiu bastante em questões ideológicas, tecnológicas e humanistas. Mas a questão social, quando se trata da diferença entre os sexos, ainda está muito atrasada. As próprias mulheres acabam ajudando esse preconceito a sobreviver agindo de forma machista, e isso não vai mudar tão cedo.

Mulheres: Ao agir de tal forma, visando agradar e saciar a visão e pensamento machista das outras pessoas, vocês não estarão preservando seus corpos, mantendo seu orgulho e respeitando seus corpos. Vocês estarão reprimindo sua liberdade e diminuindo sua importância. As outras pessoas são apenas pessoas: NÃO SÃO MELHORES DO QUE VOCÊS!

Vocês, mulheres, lutam tanto por direitos iguais, que eu concordo e respeito. Mas, se vocês não têm a capacidade e a coragem de agir de acordo com suas vontades e personalidade, você é apenas mais uma hipócrita carregando a bandeira do falso moralismo.